sábado, 27 de junho de 2009

Perspectivas

Espírito Santo


De modo geral as perspectivas para a economia desses estados são boas, visto que a pior fase da crise já passou. No estado do Espírito Santo são importantes as expectativas quanto à economia chinesa que superou os EUA em relação às importações de produtos siderúrgicos e celulose do Espírito Santo, fazendo com que houvesse um aumento nas exportações capixabas após queda no fim de 2008. Porém as importações chinesas podem estar sendo induzidas devido aos baixos preços servindo para estocagem, o que pode em alguns meses levar a diminuição da quantidade das exportações capixabas para os chineses. Porém essas exportações aos chineses serviram para aumentar a confiança na economia do estado.
Para os empresários, apesar da forte redução na confiança registrada desde o terceiro trimestre de 2008, as expectativas se recuperaram ligeiramente, fechando no primeiro trimestre com uma variação de +1,5% no índice em relação ao último trimestre do ano passado. Já para os consumidores, estes foram menos afetados pelo ambiente adverso: após uma queda moderada da confiança e das expectativas durante o 3º e 4º trimestres de 2008, os índices apresentaram alta de 2,7% e 1,9%, respectivamente no primeiro trimestre de 2009.

Existem também os incentivos e investimentos que servem também para a recuperação econômica e da confiança no estado, como os investimentos na área de petróleo e gás e construção civil. Existem também os investimentos por parte do governo em infra-estrutura e investimentos produtivos que irão contribuir para que haja uma melhor oportunidade de negócios e competitividade entre as empresas, atenuando assim os efeitos da crise e gerando oportunidades de empregos. No setor de vendas a varejo a medida de redução do IPI foi importante principalmente nas vendas de eletrodomésticos e automóveis.

Em relação às exportações de commodities, ainda é necessário esperar pela recuperação externa para que haja de fato um crescimento dos preços e assim a recuperação do estado de fato.


Minas Gerais

Para o estado de Minas Gerais existe uma expectativa de um cenário melhor da economia para os próximos meses. Medidas governamentais como incentivos a construção civil e ao comércio tendem a fazer com que os efeitos da crise sobre esse estado sejam atenuados. Segundo o Relatório do Banco Central a plantação de soja deve crescer cerca de 3,8%, a safra de grãos aumentará sua participação em relação a produção nacional e a produção de cana-de-açúcar também deve crescer neste ano. Algumas outras medidas também foram implementadas, como ampliação do prazo de pagamento de ICMS para as empresas, a abertura de credito para micro, pequenas e medias empresas dos setores mais afetados, para ajudar a atenuar os efeitos da crise neste estado. Por parte do governo estadual também foi criada uma Comissão Extraordinária Para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional destinada a tentar encontrar soluções e propostas para diminuir os efeitos dessa crise.


Rio de Janeiro


Para o estado do Rio de Janeiro as perspectivas são de investimentos tanto por parte do governo como por parte dos empresários, pois alguns mesmo após o susto com a crise ainda pretendem investir em suas empresas. Estão previstos para este ano ainda, segundo Julio Bueno (secretario de desenvolvimento econômico), a construção de três dos maiores investimentos do país: a CSA, Comperj e o Porto de Açu, alem de outros investimentos como a siderúrgica Votorantin, a nova fábrica da Michelin e mais oito portos e dois estaleiros estas obras devem começar ainda este ano gerando um aquecimento na economia e empregos. Além também da expectativa da Petrobras também investir até 2013 cerca de 174 bilhões. Segundo Antonio Gil (presidente da associação Brasileira de Software e Produtos para Exportação) existe uma previsão de crescimento no setor no Brasil de cerca de 7% em relação ao ano passado.

Mesmo existindo uma previsão de perda de arrecadação neste ano o governo deve criar medidas para atenuar os efeitos da crise nas empresas como redução em impostos e postergação de pagamentos .

De acordo com pesquisas realizadas pela FIRJAN empresas do estado ainda pretendem aumentar sua produção pois estas acreditam na recuperação econômica do estado.

A Crise nas grandes Empresas

Em suma, todas as empresas abordadas foram afetadas pela queda no preço das commodities e diminuição das exportações devido a uma redução da demanda no mercado externo e interno.


Usiminas: Importante grupo siderúrgico foi impactado pela crise financeira mundial, e como resultado houve demissões em massa (810 funcionários) no final de Maio, elevando para cerca de 2.000 os cortes de vagas desde dezembro. Segundo a empresa, isto aconteceu devido a um número insuficiente de adesões a um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), no qual os trabalhadores se demitiriam por conta própria, recebendo em troca algumas indenizações. Aproximadamente 516 trabalhadores participaram desse programa.

Para minimizar a crise, mais de 300 ações de reduções de custos estão em curso nas suas usinas, com potencial para gerar economias anuais de até R$ 1,2 bilhão.

Foi realizada uma reunião entre a Usiminas e o sindicato dos metalúrgicos na cidade de Ipatinga na qual os trabalhadores questionavam o não cumprimento de certos critérios para realização dessas demissões. Posteriormente ficou firmado um acordo entre os mesmos de que a empresa iria suspender as demissões por um prazo de 30 dias contados a partir de 5 de junho. A siderúrgica teve prejuízos estimados em 112 milhões e queda nas ações de 1,05%.



Petrobrás: Empresa compensou os efeitos da crise através de um Plano Estratégico montado por ela, baseado em uma disciplina de capital presente nas atividades da Companhia, tendo um crescimento de mercado de 27% e lucro operacional de 10.220 milhões.

A Crise econômica não afeta a projeção de 10 mil vagas até 2012 para as áreas de exploração e produção. A Petrobras continua anunciando investimentos recordes e apostando em objetivos ambiciosos. Empresa faz projeção de barris de petróleo e de investimentos em refinarias. É importante ressaltar a importância dos investimentos do Governo Federal, sobretudo através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Nesse contexto que também contribuiu para a estabilidade da empresa bem como o aumento de 6% na produção de óleo e gás no país.


Porém, ela teve um lucro líquido 20% inferior no primeiro trimestre desse ano comparado ao ano passado.


Vale: A segunda maior mineradora do mundo foi atingida com o despencamento do preço do minério de ferro devido à queda na demanda em mercados relevantes. Esse fato fez com que a China aumentasse a importância nas vendas da empresa. Ela suspendeu a produção em três mineradoras: a Samarco e duas unidades no porto de Tubarão. A redução da produção ocorreu em escala global observado em um corte de 30 milhões de toneladas de minério O que se pode perceber é que a Vale é uma empresa rica, com grande lucro, cerca de 15 bilhões, que são mal repartidos e que vem utilizando a crise para demitir e reduzir salários. Houve demissões, principalmente na área de extração de níquel (900 demitidos), de um total de 12 mil efetuados pela Companhia. Demissões geraram manifestações no Rio em dezembro do ano passado.

Perspectiva para 2009 é de que a empresa deva exportar 2,2 bilhões de dólares a menos.



Aracruz: Empresa do Espírito Santo, grande produtora de papel celulose e que mais vem sendo atingida pela crise no Brasil, devido a perdas com derivativos cambiais, tendo prejuízos de 2,13 bilhões . No último trimestre do ano passado, empresa registrou prejuízos líquidos de 9,892 bilhões , chegando a contrair diversas dívidas , fazendo com que tivesse de fechar acordos com bancos , já encerrados .

No primeiro bimestre de 2009, a empresa teve prejuízos de 1,7 milhões. Cerca de 177 funcionários foram demitidos.



Companhia Siderúrgica Nacional: Empresa teve lucro líquido de R$ 369 milhões e bruto de 802 milhões no 1º trimestre de 2009 . Apresentou queda na comercialização de aço plano nos três primeiros meses de 2009, 643 mil toneladas, o que representou uma baixa de 54% em relação ao exercício anterior, e redução em 20% na produção.

Brasil e a Crise

O Brasil de hoje detém uma posição relativamente privilegiada, pois nas duas últimas décadas modernizou-se, quebrou uma infinidade de reservas de mercado e implantou um plano de estabilização econômico bem sucedido que, aliado às condições naturais, permitiu um salto de produtividade e competitividade. Em 2007, participamos com pouco menos de 1,5% das exportações mundiais. Nesse contexto, o agronegócio foi e é o carro chefe dessa vantagem, quase triplicando a produção no período, gerando de um lado a ocupação crescente de fatias do seu segmento no mercado internacional, que segundo o Ministério da Agricultura se aproximaram de 6,5% em 2007 e, de outro, alavancando o conjunto da economia interna. Hoje ocupamos a segunda posição como supridores do mercado internacional do agronegócio. É muita coisa. .

- A inexistência de uma “economia hipotecária” no país capaz de sustentar um amplo setor financeiro daí dependente;

- O bom estado de “saúde” dos bancos nacionais, em grande parte devido ao Proer, da época de FHC, além de inexistência de vínculos de financiamento entre os bancos nacionais e o sistema financeiro em crise nos Estados Unidos (fato comum na Europa);

- A existência de mais de 200 bilhões de dólares em reservas, servindo de “airbag” para eventualidades;

- A diminuição do mercado americano, cerca de 15%, no conjunto do comércio externo do país; nosso maior parceiro agora é a China;

- O vigor do mercado interno, antes considerado uma “tara desenvolvimentista”, e hoje um virtuoso colchão de socorro;

São os grandes contribuintes da nossa situação relativamente equilibrada.

O setor mineral, o primeiro segmento econômico afetado no Brasil pela atual crise mundial, sofre com a queda nos preços do commodities, que afetou consideravelmente as exportações, além de ser atingido pela redução geral da demanda, pelas restrições de crédito e, ainda, pelo adiamento de projetos novos ou de expansão. Todo o setor industrial a partir do 2º semestre de 2008 passou a sentir o recuo da demanda por exportações afetando significativamente os Estados que mais dependiam delas.

Fonte: Governo do Estado do ES



Os efeitos mais perversos, sem dúvida, recaem no desemprego de milhares de trabalhadores e na redução das receitas dos Estados e municípios envolvidos com a indústria.

Inverte-se, assim, a tendência de crescimento do setor nos últimos anos, quando as margens de lucratividade e as condições favoráveis de crédito diante da contínua elevação da demanda mundial, intensificada pela abertura de grandes mercados consumidores, representavam os principais fatores de sustentação da mineração, da siderurgia e também metalurgia carros-chefes da indústria nacional.



Produção Industrial


Nos três gráficos que se seguem, estão representadas a produção industrial de cada um dos Estados. Poderemos perceber a discrepância de valores obtidos na produção industrial após a chegada da Crise: uma queda significativa principalmente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.



Com relação ao início de 2008 todos os índices tiveram recuo – Segundo o IBGE, em relação a abril de 2008, o setor industrial recuou 14,8%, praticamente repetindo a média do primeiro trimestre do ano (-14,6%). Além da elevada base de comparação, vale ressaltar a influência do menor número de dias úteis em abril de 2009 (20) frente abril de 2008 (21). A grande maioria (24) dos vinte e sete setores pesquisados exibiu índices negativos nessa comparação, vindo de veículos automotores (-24,8%) e máquinas e equipamentos (-32,3%) as maiores contribuições na formação da taxa global, ambos pressionados pelo recuo em mais de 80% dos produtos investigados nos respectivos setores. Também apresentaram pressões negativas os ramos de metalurgia básica (-27,9%), por conta do recuo em lingotes, blocos tarugos e placas de aço; e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-44,0%), impactado, sobretudo, por telefones celulares. Entre as três atividades que mostraram aumento em relação a abril de 2008, a mais significativa veio de bebidas (4,8%), impulsionado pela maior fabricação de cervejas, chopes e refrigerantes.

Ainda no confronto com abril de 2008, os índices foram negativos para todas as categorias de uso, com destaque para bens de capital (-29,3%), que ao assinalar o maior recuo desde março de 1996 (-31,7%), registrou ritmo de queda bem superior ao da indústria geral (-14,8%). Esse resultado foi sustentado pelos índices negativos em todos os seus subsetores. Destaque para bens de capital para uso misto (-33,9%), por conta do recuo nos investimentos nas áreas de telefonia celular e informática, e bens de capital para transporte (-15,4%), por conta do efeito conjugado da redução na fabricação de caminhões e caminhão-trator e o menor ritmo de crescimento de aviões. Vale citar que esse é o subgrupo de maior peso na categoria de bens de capital e, até março, acumulava crescimento de 1,5%. O desempenho de bens de capital para fins industriais (-36,9%) registrou em abril a menor taxa da série histórica. O segmento de bens de consumo duráveis (-21,6%), que também ficou com recuo acima da média da indústria (-14,8%), mostrou o sétimo resultado negativo nesse tipo de comparação, com as pressões negativas mais relevantes vindo dos itens, automóveis (-15,6%), eletrodomésticos (-16,8%) e telefones celulares (-44,9%).

Na comparação abril 2009/ abril 2008, o desempenho de bens intermediários ficou 15,5% inferior e foi negativamente influenciado pelo comportamento de vários dos seus subsetores, com destaque para os produtos associados às atividades de metalurgia básica (-27,9%), veículos automotores (-33,1%), indústrias extrativas (-11,6%), borracha e plástico (-21,2%) e outros produtos químicos (-10,0%), principalmente pela redução nos itens: lingotes, blocos, tarugos e placas de aço e relaminados de aço; peças e acessórios para veículos; minérios de ferro, pneus e peças e acessórios de plástico para automóveis, e herbicidas para uso na agricultura. Ressalta-se ainda os índices negativos observados em insumos para construção civil (-11,6%) e embalagens (-9,6%). A única influência positiva veio dos itens associados ao setor de alimentos (9,4%), impulsionado pelo aumento na produção de açúcar cristal. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis recuou 4,2%, resultado que foi sustentado por todos os subsetores, com exceção de carburantes (4,9%), determinado, sobretudo, pelo aumento na produção de álcool. A principal contribuição negativa veio do subsetor de semiduráveis (-17,3%), seguido por outros não duráveis (-3,6%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,8%), com destaque, respectivamente, para os itens calçados de couro e roupas de banho; jornais e medicamentos, e vinhos de uva.

Mas com relação ao mês anterior todos tiveram alta - Ainda na comparação com o mês anterior-março/09-, todas as categorias de uso registraram índices positivos.




MINAS GERAIS - A produção industrial de Minas Gerais, descontadas as influências sazonais, avançou 0,6% na passagem de março para abril, quarta taxa positiva consecutiva, acumulando 12,2% de expansão nesse período. Com isso, o indicador de média móvel trimestral permaneceu positivo, avançando 3,4% entre março e abril. Na comparação com abril de 2008, a indústria mineira recuou 21,6%, com desempenho negativo mais intenso na indústria extrativa (-31,0%), por conta da menor da extração do minério de ferro, que na indústria de transformação (-20,0%). Nesta última, os impactos mais significativos se deveram a metalurgia básica (-36,5%), veículos automotores (-20,7%) e máquinas e equipamentos (-48,8%).

ESPÍRITO SANTO - A produção industrial do Espírito Santo, em abril, avançou 7,1% frente a março, na série livre de influências sazonais, após recuar 3,5% no mês anterior. Com isso, o índice de média móvel trimestral, ao assinalar 3,9% de expansão entre março e abril, interrompeu sequência de dez meses de taxas negativas, período em que acumulou perda de 32,2%. Na comparação com igual mês do ano anterior, a queda de 26,7% foi a mais elevada entre os locais pesquisados, com os cinco ramos investigados assinalando taxas negativas. As indústrias extrativas (-44,2%) e de metalurgia básica (-38,0%) responderam pelos maiores impactos, com destaque para os itens minérios de ferro e lingotes, blocos e tarugos de aço, respectivamente.

RIO DE JANEIRO - A produção industrial do Rio de Janeiro mostrou, em abril, recuo de 0,5% frente a março, na série livre de influências sazonais, após crescer 5,4% no mês anterior. O índice de média móvel trimestral apontou avanço (1,1%), segunda taxa positiva consecutiva, acumulando um ganho de 1,8% nesses dois meses. Na comparação com abril de 2008, o setor também registrou queda (-3,9%), sexta taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto. O resultado foi influenciado pelo desempenho adverso da indústria de transformação (-7,9%), uma vez que o setor extrativo prossegue em expansão (12,6%). Destaca-se também as contribuições negativas vindas de outros produtos químicos (-21,5%), minerais não-metálicos (-23,1%), edição e impressão (-13,5%) e veículos automotores (-13,1%). Os maiores impactos positivos vieram da indústria farmacêutica (49,4%) e de refino de petróleo e produção de álcool (15,3%).

Comercio Varejista


O IPI (Imposto de produtos industrializados) é cobrado por mercadorias industrializadas nacionais e internacionais. A redução deste imposto foi e está sendo um beneficio para as pessoas, pois o custo abaixa, ou seja, o valor a ser pago pelo produto diminui. Isto fez com que o comércio de um modo geral tivesse um bom rendimento durante a crise. Até 31 de março o IPI de carros populares que tinham a taxa de 7%, estavam com a alíquota zero. Isso, em um carro com preço de R$25 mil, significaria uma redução de R$1.500 no valor.

Dados do Boletim Regional, apurados pelo Banco Central, apontaram aumento das operações de crédito em todas as regiões brasileiras no período de dezembro de 2008 a fevereiro de 2009 em relação ao trimestre anterior. Na avaliação da entidade, na Região Sudeste, as operações de crédito em fevereiro/09 registraram crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em novembro/08, totalizando R$ 621 bilhões. Nos 12 meses até fevereiro, o crescimento foi de 30,4%. Para as demais regiões, as variações foram: na Região Sul, o aumento foi de 1,4% em relação a novembro de 2008 e de 29,6% em relação a fevereiro do ano passado. Na Região Nordeste, os aumentos foram de 2,5% e 33,7%, respectivamente. O Norte computou aumentos de 1,1% e 29,3% e o Centro-Oeste, de 3% e 26, 8%.



O comércio do Estado do Rio de Janeiro encerrou o 1º trimestre de 2009 com o faturamento praticamente estável em comparação ao mesmo período de 2008. A taxa registrada foi de -0,1% sobre alta de 1,8%, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pela Fecomércio-RJ. .

Os grupos que puxaram o desempenho dos três primeiros meses do ano foram Bens Duráveis, Bens Semiduráveis e Combustíveis e Lubrificantes, com quedas nas receitas de 2,5%, 2,0% e 1,0%, respectivamente. Comércio Automotivo também sofreu retração, no entanto, menos acentuada (-0,2%), em função da redução do IPI, que favoreceu o faturamento de Concessionárias de Veículos (2,4%).

“A piora no desempenho do mercado de trabalho tem efeito direto sobre a confiança do consumidor, que, mais cauteloso, diminui compras que exijam uma maior exposição do seu orçamento ao longo do tempo, condição agravada pelo aumento do custo do crédito. Em função disso, segmentos mais dependentes da tomada de financiamento foram os mais prejudicados.”, explica o coordenador do Núcleo Econômico e de Pesquisas, João Carlos Gomes.

O grupo Bens Não Duráveis, mais relacionados ao nível de renda disponível das famílias, foi o que apresentou maior resistência aos efeitos da crise. Cresceu 1,1%, mantendo a trajetória de resultados positivos iniciada em maio de 2004, movimento favorecido ainda por mudanças na cesta de produtos do consumidor, que canalizou gastos para produtos mais em conta.

Em Minas Gerais foram criados 106,2 mil novas vagas de empregos formais no setor comercial, segundo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego).

Em abril/09, o saldo entre admitidos e demitidos ficou positivo em todo país com a geração de 106.205 postos de trabalho (crescimento de 0,33% em relação ao número de assalariados com carteira assinada do mês anterior). No acumulado do ano, o saldo é pela primeira vez positivo, com criação de 48.454 empregos. Nos últimos 12 meses, foram gerados 651.696 empregos formais, acréscimo 2,18% face o mesmo período imediatamente anterior, conforme Caged.

O volume de vendas no comércio varejista ampliado foi 0,9% maior nos últimos três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de a taxa se ter mantido positiva, foi grande sua desaceleração: nos três primeiros trimestres, a média de crescimento fora de 12,3%. Essa desaceleração da taxa de crescimento foi generalizada e atingiu oito dos dez subgrupos que compõem o comércio varejista ampliado. Mesmo com a notória queda nas exportações, empresários do setor de calçados estão confiantes no mercado interno e projetam um crescimento entre 10% e 20% em relação ao ano de 2008.

O volume de vendas do varejo capixaba cresceu 0,1% no mês de fevereiro em comparação a janeiro, mantendo a estabilidade. No primeiro bimestre de 2009 a expansão registrada foi de 0,7%, comparativamente à média do último bimestre de 2008. Esses resultados compõem a Resenha de Conjuntura elaborada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), divulgada nesta quinta-feira (16), baseada nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador mensal que compara o mês de fevereiro com o mesmo mês do ano anterior registrou queda de 2,4%, considerada a maior desde dezembro de 2003.

A maior queda foi registrada nas vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-20,8%). As vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,3%), móveis e eletrodomésticos (-0,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (-12,1%) e tecidos, vestuário e calçados (-7,8%) denotam desaceleração, especialmente quando confrontadas aos indicadores acumulados nos últimos 12 meses (+1,8%, +22,7%, +9,3% e +10,1%), respectivamente.

Os segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+22,2%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+12,8%) e Combustíveis e lubrificantes (+10,8%) registraram expansão das vendas em fevereiro se comparado ao mesmo mês de 2008.
O volume de vendas do comercio varejista ampliado, composto pela soma do Varejo com as vendas automotivas e de materiais de construção, apresentou resultado negativo, com queda de -1,1% frente ao mesmo mês do ano passado, sob impacto da queda acentuada nas vendas de Materiais de construção (-21,6%).
A receita nominal de vendas registrou alta de +4,6%, no mês de fevereiro, frente ao mesmo mês de 2008, revelando um índice de preços implícito de 7,2%.
Para os economistas do IJSN, esse desempenho demonstra uma mudança no comportamento do consumidor que vem encontrando dificuldades de acesso ao crédito e, também, se tornando mais cauteloso em face dos impactos da crise econômica.


Agricultura


A crise afetou o setor da agricultura, mas as variações climáticas de 2008 (enchentes e secas no sul e sudeste do Brasil) afetaram muito mais. No geral ó saldo da balança comercial foi positivo. Porém, em alguns casos localizados, como veremos no vídeo abaixo, a produção apresentou números deficientes.




A crise Internacional

O processo de globalização que se intensificou nas últimas décadas alavancou o “nível de aspirações” dos indivíduos de forma avassaladora. Neste contexto, as evoluções das oportunidades oferecidas pelos mecanismos de crédito passaram a ser o caminho da felicidade, antecipando consumos incompatíveis com as rendas efetivas.

A exacerbação do consumo – causa primária da crise - antecipando-se à capacidade real de realização ultrapassou o horizonte de uns 5 anos para adiante, até que essa bolha irreal começou a estourar. O aspecto mais visível foi a bolha imobiliária, a menos pior, mas que gerou um efeito dominó nos vários mecanismos e instituições financeiras, expondo a falta de liquidez da onda consumista e levando à crescente inadimplência.

O caminho para a catástrofe foi facilitado pela frouxidão do “sistema de regulação” em quase todo o mundo.

Quais as conseqüências?

- Primeira, a redução do tamanho dos mercados ajustando-se repentinamente no sentido da capacidade real de demanda. A demanda de aço e de automóveis, por exemplo, caiu pela metade no mundo e não se sabe como e nem quando se ajustará.

- Segunda, a paralisação dos financiamentos, mas não por falta de recursos e sim pelo temor da falta de liquidez dos tomadores, risco de calotes que já despontam ameaçadoramente.

- Terceira, a queda de demanda e seus fatores de indução que inviabilizam a continuidade de muitas cadeias de produção, gerando desemprego cumulativo, agravando o processo de queda do consumo e da piora da liquidez. Adicione-se que esse processo gera queda de preços em geral, comprometendo mais ainda a viabilidade econômica de muitas atividades produtivas.

As economias fortemente dependentes dos fluxos de mercado internacional vão sofrer muito, tanto exportadores tipo petroleiros como os de manufaturas. Ex. o Japão e a China - cujos processos de crescimento já estão abalados, levando-os provavelmente a se envolverem numa concorrência predatória sem precedentes. A China hoje vive da queima de reservas financeiras. Ela é forte, mas altamente dependente em energia, matérias primas e alimentos; logo, é uma incógnita.

Neste quadro levarão vantagens países com alto grau de auto-suficiência em alimentação, energia e minerais estratégicos, como é o caso dos EUA, Brasil, Canadá, Austrália, Argentina e alguns poucos mais. Os outros sofrerão uma sangria econômica desesperadora. Contudo, a seletividade das medidas e o aumento do volume dos investimentos começam a esbarrar na queda das arrecadações governamentais.

Mas a crise ainda vai longe. As conseqüências serão dolorosas e não há espaço para demagogias, brincadeiras e perda de tempo, Há que se trabalhar duro e no caminho certo. A melhor forma de enfrentamento da crise para nosso País está na mesma linha dos programas internacionais que visam investimentos para o aumento da competitividade sistêmica, mas com uma regulação confiável em todos os segmentos.

A estrutura econômica do estado do Espírito Santo

O Estado do Espírito Santo conta com uma população aproximada de 3.351.669 habitantes (2007 - IJSN), e sua economia é muito influenciada pelas atividades portuárias, de exportação e importação; na indústria de rochas ornamentais, na indústria de celulose, na exploração de petróleo e gás natural, além de um amplo mercado produtor agropecuário, com destaque em algumas culturas.

O estado abriga alguns dos principais portos do país, como Vitória, Tubarão e Capuaba. E este intenso movimento portuário coloca o Espírito Santo entre os cinco primeiros estados exportadores do país. Além de produtos do estado, como minério de ferro, placas de aço, granito e café, são escoados veículos e aço, de Minas Gerais e produtos agrícolas do Centro-Oeste. Somente o complexo portuário da Ponta de Tubarão é responsável por 25% da carga marítima do país.

Atrai turistas de diversos lugares, principalmente por causa de suas belas praias e belezas naturais, mas ultimamente vem crescendo muito o turismo de negócios, influenciado fortemente pela questão do petróleo.

Logo abaixo, observamos a distribuição setorial econômica em porcentagem:


Em 2006 o PIB do Espírito Santo foi de R$ 52,78 bilhões, e podemos perceber que o setor de serviços tem grande predominância na economia, assim como nos outros estados por nós analisado. Isto se deve principalmente por conta do comércio, atividades imobiliárias, administração, saúde e educação públicas.

Logo adiante, o setor secundário, com 27,5% do total, tem predominância no ramo da indústria extrativa, principalmente, e adiante a indústria de transformação. Os impostos sobre produtos ficam com uma parcela significante no contexto, e por último, porém não menos importante, o setor primário, com 7,7% da participação, com importante contribuição a agricultura, silvicultura e exploração vegetal.


Indústria extrativa


No extrativismo destaca-se a extração de rochas ornamentais como o mármore e o granito. Dispõe de grandes reservas de petróleo, sendo o segundo maior produtor do país e um dos maiores em produção de gás natural.

Na tabela verificamos os principais gêneros produzidos na indústria extrativa capixaba.



Podemos perceber a oscilação dos valores adicionados no PIB de 2002 até 2006, principalmente com os ramos de petróleo e gás, e com o minério de ferro, justamente os setores que estão em destaque na tabela. No ano de 2006 conclui-se que a mineração é a atividade que mais contribui para a economia estadual (59,5%), e a extração de minério e gás com uma parcela de 34,0%. Outros gêneros apresentam a porcentagem de apenas 6,5%.


Indústria de transformação


Vários setores se destacam, dentre eles: papel e celulose, minerais metálicos, máquina e equipamentos, metalurgia, indústria alimentícia, bebidas, têxteis, movéis, produtos químicos e refino do petróleo.


Agropecuária


O Estado do Espírito Santo possui uma agropecuária bastante diversificada e modernizada, o que contribui bastante para que sua produção se escoe internamente e externamente.O estado se destaca na agricultura, na produção de arroz, café (um dos maiores do país), cacau, cana-de-açúcar, feijão, milho, além de frutas como banana, maracujá, mamão, além dos condimentos, como pimenta do reino e gengibre. Possui um rebanho de aproximadamente 1,7 milhão de bovinos, além de 450 mil suínos e cerca de 5 milhões de aves (principal nesse setor).

Balança Comercial


Os principais produtos exportados são o minério de ferro, ferro e aço, celulose, mármore, granito e o café. O principal destino dessas exportações ainda é o Estados Unidos; logo a frente a China e os Países Baixos.

Os principais produtos importados são na ordem: matérias primas e produtos intermediários; bens de capital e bens de consumo não duráveis. Os países que mais importam seus produtos é a China, logo depois os Estados Unidos e o Chile.


Na próxima tabela, observaremos o comportamento da balança comercial do Espírito Santo no período do 1° trimestre de 2003 até o 1° trimestre de 2009.



Podemos perceber que a balança comercial do Espírito Santo vinha em uma constante regular, onde não se observava significantes quedas e crescimentos. Esse comportamento será evidenciado concretamente ao ano de 2005, situado como um reflexo da maior abertura de mercados. No 1° semestre de 2008 ocorre uma alta muito importante para o Estado nas exportações, devido principalmente ao petróleo e ao café. Seu ponto culminante foi atingido no 3º trimestre de 2008, com o equivalente a 3.375 milhões de dólares em exportação. Isto até a crise econômica entrar no cenário mundial e modificar a dinâmica crescente que vinha acompanhando o Estado. Mais a frente veremos o reflexo dessa queda na economia capixaba.


Representação gráfica das principais commodities exportadoras.



sexta-feira, 26 de junho de 2009

A estrutura econômica do estado de Minas Gerais

O estado de Minas Gerais tem se colocado dentre as importantes forças econômicas no país. Atualmente, este estado ocupa o segundo lugar dentre os estados mais industrializados do país e o terceiro mais rico, superado somente por São Paulo e Rio de Janeiro.O Produto Interno Bruto do Estado, que representa 9,6% do PIB do país, vem crescendo a taxas superiores à média nacional nos últimos anos.
Possui uma economia bastante diversificada e um pólo industrial bem desenvolvido, que varia desde a produção em larga escala de alimentos, perpassa pela extração de minérios e pela indústria automobilística. É também, um estado que atrai muitos turistas, principalmente nas suas cidades históricas, como Mariana, Diamantina, Ouro Preto, dentre outras; e por razão da sua culinária e cultura vasta e rica.

Percebe-se que o PIB de Minas Gerais está acima da média nacional até o ano de 2006.


Classificação por atividade econômica /2002 - 2006




Serviços

Como podemos observar, o setor de serviços encontra-se numa posição de destaque na economia mineira, até 2006, porém nota-se uma pequena queda, se comparado com o ano de 2002. Trata-se de um dos setores em que mais se empregam, e que faz a economia apresentar uma certa dinamicidade e agregam cada vez mais valor ao Produto Interno Bruto.

A indústria

Minas Gerais possui o terceiro maior parque industrial do país. Os principais tipos de indústrias que atuam no estado são extrativa (mineração), metalúrgica, automobilística, alimentícia, têxtil, construção civil, produtos químicos e minerais não-metálicos.

Na tabela abaixo, observamos os setores industriais que mais se destacam em número de empresas e número de empregados.

Número de empresas e empregados por setores da indústria em MG - Agosto de 2008


A indústria extrativa

O Estado é hoje o maior produtor mundial de nióbio e o maior produtor brasileiro de aço bruto (38,6% do total nacional), minério de ferro (72,9%), ferro gusa (59,7%), cimento (24,1%). Minas Gerais é o estado que tem a maior variedade de substâncias exploradas e comercializadas (16 substâncias metálicas e 29 não-metálicas) e em reservas (28 metálicas e 33 não-metálicas). Abriga ainda, várias empresas de grande porte, como a Usiminas, a Togni Mineração, que contribuem para a formação de vários empregos.




O gráfico mostra que o volume maior de produção mineral se concentra nos estados de Minas Gerais e Pará, sendo seguidos a uma grande distância por outros estados, como Goiás (4%), Bahia (3%), São Paulo (4%) e Santa Catarina (2%). Porém, Minas Gerais lidera com quase metade da produção nacional.


Indústria de transformação

Como pudemos perceber através da segunda tabela da página anterior, a indústria de transformação aparece como o ramo em que mais se emprega e que possui empresas instaladas. Isso demonstra quão estratégico é para a economia do estado manter-se aquecida e competitiva, e esse setor como estratégico para alcançar esse objetivo.


Agropecuária

Este setor econômico é de extrema importância para o estado, assim como para o Estado nacional, bem como para os países em que se exportam a sua produção. Isto porque de Minas Gerais sai a metade de toda a safra brasileira de café. Também está entre os maiores fornecedores de feijão, milho e frutas, especialmente o abacaxi. O estado tem o segundo maior rebanho do país, atrás apenas de Mato Grosso do Sul, sendo um grande produtor de carne bovina e de frango. É destaque ainda na produção de leite (27,9%), batata inglesa (31,5%), alho (28,7%) e cana-de-açúcar (7%).

Visualizaremos nas tabelas abaixo algumas amostragens de como esse setor econômico é significativo com um potencial produtivo para outros estados, bem como para o seu próprio consumo interno.


Demonstrativo de estoque e produção de café


Produção de leite nos principais estados produtores.

Balança Comercial

Por ser um estado eminentemente produtivo, e populoso (aprox. 20 mi.de habitantes, em 2006), podemos presumir que a balança comercial tenha um saldo bastante relevante no cenário nacional, e é exatamente isso que pudemos observar. Minas se sobressai nas exportações, principalmente por contar com um grande pólo alimentício, de grandes mineradoras, siderurgias e indústria automobilística. Por isso ocupa uma posição de destaque dentre as outras unidades da Federação, ficando entre os cinco estados que mais exportam.

Em uma primeira análise, o que podemos perceber neste gráfico, é que o comportamento da balança comercial de Minas Gerais manteve-se em uma constância regular até o ano de 2003, e após este ano nota-se um nítido crescimento substancial principalmente no índice de exportações. Isso devido à grande abertura de mercado realizada entre os países. Conclui-se que o saldo entre importação e exportação é positivo.



Como já citado anteriormente, destacam-se como principais produtos exportados, os setores de mineração, metalurgia, agro-alimentos e transporte.